sexta-feira, 6 de julho de 2007

foto Andre Paiva


Soneto de amor de Tonho e Paco
A Plínio Marcosa
A paixão corre o risco de um palco.
Tão perto e ao mesmo tempo farpado.
Masmorras gritam pelos seus contrários.
Resistiremos ao próximo assalto?
Amor, aqui abismo, ali já pássaro.
Não tem nome, mas, no volume máximo:
cárcere, música, miserê, um barco
embriagado e desigual, mas um barco.
Quando o beijo é somente o mesmo escarro.
Pra qualquer infinito somos fracos.
Não apenas ter dor e um carrasco,
mas, um outro papel e recusá-lo.
A noite é suja e perder-se é um passo.
Então pintei de blues os meus sapatos.

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